Ramo Dharma – Porto
– Fundado em 2 de Maio de 1953
HISTÓRIA BREVE DAS ACTIVIDADES TEOSÓFICAS NO NORTE DE PORTUGAL
I - GRUPOS DE ESTUDOS
PRIMÓRDIOS DAS ACTIVIDADES TEOSÓFICAS NO NORTE
De acordo com os dados disponíveis é possível determinar com segurança que decorreu meio século desde a fundação da Sociedade Teosófica em N.York a 17 de Novembro de 1875 graças à acção de Helena P. Blavatsky e do coronel Olcott e o momento em que as actividades teosóficas - tal como hoje podem ser entendidas – surgiram no norte de Portugal, no primeiro quartel do século XX.
De facto os primeiros resultados da acção teosófica no norte de Portugal surgiram a partir de 1925, em grande parte pelo impulso produzido pela divulgação de uma circular do então Secretário Nacional Irmão Félix Bermudes.
Tendo em atenção que a institucionalização da Sociedade Teosófica de Portugal se deu em Novembro de 1921 é fácil constatar que apenas quatro anos separam essa data do lançamento do movimento teosófico no Norte de Portugal.
Sendo certa a existência de alguma indefinição devemos observar que tiveram uma expansão digna de registo.
A partir de 1925 vão ser criadas no Norte e Centro do País, como primeiras estruturas orgânicas, os quatro Grupos de Estudos que passamos a referir:
- Em CANAS DE SENHORIM e com a Presidência de Adelino Pais do Amaral constitui-se o Grupo “Estrela de Alva”.
- Em OLIVEIRA DE AZEMEIS, com a Presidência do Dr. Basílio Lopes Pereira forma-se o Grupo” Sarmento de Beires”
- Em PONTE DE LIMA, sob a Presidência de Virgílio de Aquino Costa surge o Grupo “Alcion”
- Em ESPINHO, presidido por Francisco de Resende desenvolve a sua actividade o Grupo “S. Francisco de Assis”
Setembro de 1925 fica a constituir a data em que, com a Presidência do Dr. Juíz José de Barros e Sousa se constitui na cidade do PORTO o Ramo “Fraternidade” que porém teria vida efémera, não ultrapassando sequer dois anos de existência.
De novo se constata o papel de Lisboa na divulgação teosófica ao nível do País sendo em 1927 e no decorrer de uma visita ao Norte do Irmão Ângelo da Costa Cabral, então Presidente do Ramo “Olcott”, que se irão constituir mais dois Grupos de Estudos um em BRAGA e outro em COIMBRA.
O isolamento, à época bem mais acentuado, ao par de certa falta de vitalidade, de objectivos ou motivações precisas, determinaram entretanto a extinção do Grupo de Caldas de Senhorim O mesmo se verificaria mais tarde com outros grupos à excepção daquele que seria o caso paradigmático de Ponte de Lima.
II - OS PRIMEIROS RAMOS
É em 1930 que se vão criar dois novos Ramos no Norte.
Em PONTE DE LIMA o “Ramo Krishnamurti” e em MATOSINHOS o “Ramo Alcione,” curiosamente adoptando o mesmo nome do anterior Grupo de Estudos de Ponte de Lima.
É também por esta altura que se começa a evidenciar um melhor nível de organização e estruturação nesta Região do País.
O movimento teosófico, revelando características menos efémeras, assenta sobretudo na dedicação e persistência dos membros que entretanto presidiam às suas actividades, aspecto este que aliás caracterizará o movimento teosófico no Norte do País praticamente até aos nossos dias
Pelo papel significativo que desempenharam, referem-se algumas das principais actividades destes Ramos, bem como as do Ramo Dharma nascido no Porto e que - empunhando por sua vez o facho aceso dos ideais teosóficos - lhes sucederia até ao presente.
Ramo “KRISHNAMURTI” DE PONTE DE LIMA (1930/1979)
Como continuidade do Grupo de Estudos “Alcion” fundou-se este Ramo, particularmente pelo esforço de Virgílio Aquino da Costa e Albino de Matos, sendo também fundadores Ifigénia de Matos, João Matos e Nascimento Ferreira entre outros membros, o qual porém, no período que medeia entre 1932 e até 1940 “adormeceu”.
É em 1940 que, sob o impulso dum novo membro o Prof. José Correia, que entretanto passara a assumir a respectiva presidência, se verifica a sua reanimação e significativo desenvolvimento, passando a partir de Março a emitir -com extrema regularidade- a primeira de muitas circulares/informações até Agosto de 1952.
A partir deste impulso se observou o seu regular funcionamento, durante um período de doze anos, ou seja até 1952, data em que o seu Presidente, por razões profissionais foi transferido para a cidade do Porto.
Entretanto em 1979 o Ramo Krishnamurti deixou de estar activo, ficando os seus últimos membros ligados ao Ramo “Dharma”(entretanto fundado no Porto), como membros correspondentes.
Durante o seu período regular de funcionamento o Ramo Krishnamurti revelou uma interessante vitalidade a que não foram decerto estranhos os contactos estabelecidos com outros membros da Sociedade Teosófica.
Contam-se entre estes as visitas do então Secretário Geral Félix Bermudes e respectiva família, bem como dos Irmãos Drª Maria Beatriz Serpa e seu marido Dr Fernando Serpa Branco Branco (então Professores no Liceu de Braga).
Ramo “ALCIONE” DE MATOSINHOS
(1930/1978)
Fundado em 1930 funcionou com assinalável regularidade sob a Presidência do Irmão José do Egipto até à sua desencarnação, passando depois para a Presidência o Irmão Armando de Oliveira, cuja desencarnação em Outubro de 1978, acabaria por determinar a extinção do próprio Ramo.
José do Egipto (1884 – 1957)
Momento altamente significativo na vida deste Ramo foi, sem dúvida, Fevereiro de 1938, quando o Ramo foi visitado pelo então Vice Presidente da S.T. Mundial Dr.Jinarajadasa, acompanhado pela Secretária Geral da Secção Portuguesa da S.T.Irmã Jeanne S. Lefèvre.
Este evento acabou por constituir um raro ponto de encontro entre os Ramos então existentes no Norte do País, pois aí estiveram também presentes os membros do Ramo Krishnamurti de Ponte de Lima, que na circunstância se deslocaram ao Porto para saudar o ilustre visitante e participarem nas duas conferências que proferiu:
- A primeira na quinta-feira 10 de Fevereiro de 1938, pelas 21.30 na Sala da “Sociedade Portuense de Investigações Psíquicas”, Rua Álvares Cabral 22 a 26 subordinada ao título “O trabalho de Cristo no mundo de hoje”.
- A segunda, no dia seguinte, no mesmo local e à mesma hora sobre o tema “A Teosofia e os destinos da humanidade”.
Deve referir-se o estímulo que este tipo de eventos representou e naturalmente representa, para o reforço e prosseguimento entusiástico do trabalho teosófico.
Ramo “DHARMA” NA CIDADE DO PORTO (1953 até ao presente)
Foi em 2 de Maio de 1953 que se deu a sua fundação em grande parte pelo empenhamento do Irmão Prof. José Correia
José Correia (1912 – 1988)
do qual foi presidente desde essa data e até à sua desencarnação em 9 de Novembro de 1988. Integraram ainda a primeira direcção provisória os seguintes membros: Consuelo Fernandes Varona de Freitas, Celeste Fábia Flores Pereira, Cacilda Emília de Sousa Flores Pinto, Lívio Pereira Correia e Lício Pereira Correia.
A partir de 1988 e até ao fim do ano de 1994 foi Presidente a Irmã Profª Celeste Fábia Flores Pereira (1912-1995) que desencarnou em 3 de Janeiro de 1995.
De então para cá é Presidente o Irmão Dr. Lício Correia.
Durante muito tempo, desde 1953 e até 2003, decorreram cinquenta anos tendo este Ramo distribuido até 1974 folhas mensais de divulgação das suas actividades, na continuidade do processo antes iniciado no Ramo Krishnamurti de Ponte de Lima.
Fiel por dever (note-se o seu nome “Dharma”) e por convicção aos grandes ideais teosóficos este Ramo continua a dedicar-lhes o melhor do seu esforço.
Na sua já longa vida o Ramo Dharma, integrando vários jovens, recebeu a visita de muitos membros destacados do movimento teosófico, nacional e internacional, de que se podem destacar:
-Dos membros portugueses: José do Egito do Ramo Alcíone, Armando de Oliveira e esposa (do mesmo Ramo), Professor Doutor Délio Nobre Santos, Coronel Rocha de Abreu, Drª Guilhermina Nobre Santos, Drª Maria Beatriz Serpa Branco, Dr. Fernando Serpa Branco.
-Dos membros de outros Países: Tenente Armando Sales (Secretário Geral da S.T. no Brasil), Maria da Conceição e Elizabeth Valdez (Presidente da Sociedade Teosófica no Brasil), António Pinto da Silva e Constantino de Carvalho (do Ramo de S. Paulo Brasil), Mme. Pearon Laroute (da S.T. de França), Mrs. Hoskins (Secretária Geral da S.T. de Inglaterra), Dr Kabraji, Mrs Heleen Raven, Mr John Coats quando Presidente da Federação das S.T. da Europa (pouco antes de ter sido eleito Presidente Mundial da S.T), em Fevereiro de 1995 - logo após a desencarnação da Irmã Profª Celeste Fábia- o Irmão da S.T. Australiana / Ramo de Perth, Jason Braunstein, em Maio de 2002 Mrs Trân-Thi-Kim-Diêu (Presidente da Federação Europeia da S.T.) e por fim, em Dezembro de 2002, de Ricardo Lindemann (Secretário Geral da S.T. no Brasil).
III - ALGUMAS POSSÍVEIS CONCLUSÕES
Algumas conclusões podem ser tiradas em relação ao movimento teosófico no Norte do País, particularmente tendo em atenção as circunstâncias históricas vividas, a constatação de alguns factos mais evidentes e o período já suficientemente longo de 78 anos então decorridos (1925-2003) desde o primeiro momento de actividade teosófica, como tal adequadamente referenciada.
Por uma questão de sistematização e melhor entendimento do processo desenvolvido, consideramos até ao momento a existência de quatro fases .
PRIMEIRA FASE – 1925/1930 (PIONEIRISMO)
Podemos considerar como uma primeira fase o período que decorreu entre 1925 e 1930, com um enquadramento histórico caracterizado por forte debate de ideias e profundidade de “convicções”.
Por um lado nota-se uma forte necessidade de comunicação entre pessoas, mas por outro constata-se grande instabilidade e variabilidade no plano das motivações e ideias bem como também nos planos político, social e cultural.
As designações adoptadas pelos próprios Grupos de Estudos e os perfis dos respectivos promotores, bastante diferenciados, mas portadores de um forte “carácter”, são já um sinal de diversidade de sensibilidades, motivações e interesses, Note-se que coexistem perspectivas acentuadamente sociais e humanistas, espíritas, filosóficas e mesmo políticas entre outras aspectos estes que na circunstância se revelariam como redutores e não como suficientemente potenciadores ou enriquecedores.
É um período histórico de agitação e instabilidade, instituição da ditadura de Gomes da Costa com os sequentes movimentos militares republicanos contra a ditadura, estabelecimento da censura prévia à imprensa, extinção da Carbonária.
Mas é também o tempo da generalização do automóvel e da camionagem o que, alargando horizontes pelo encurtamento das distâncias, se reflectiu numa maior comunicabilidade de ideias e pessoas. É também um período de publicação de várias revistas literárias e artísticas, note-se o caso em Coimbra da Revista Presença que duraria até 1940 e no Porto da revista de cultura literária científica e artística Portucale.
É neste contexto histórico-cultural que se desenvolve a actividade teosófica integrando personalidades diversas, com metas e ideais eventualmente muito diferentes, originando assim a sua difícil prossecussão pela existência de objectivos naturalmente diferenciados mas sobretudo, muitas vezes, contraditórios entre si.
A importância de personalidades “carismáticas” liderantes, com características vincadamente específicas, ao par de uma a influência pontual, mas não regular ou sistematizada de Lisboa é, ao par dum considerável isolamento entre os próprios Grupos de Estudos, outro factor determinante a considerar.
SEGUNDA FASE – 1930/1953
(ADOPÇÃO DE UM MODELO)
Quando, entre 1930 e 1953, se fundou no Porto o Ramo Dharma, abriu-se outro período.
É uma época de circulação de ideias, grandes expectativas, dificuldades e isolamento progressivo do país mas que, por outro lado, estimula ao trabalho associativo com base na identidade possível entre preocupações filosóficas e ideológicas semelhantes.
Em meados de 1951 e por breve período de tempo funcionou em AVEIRO um Grupo de Estudos sob o patrocínio de Tércio Guimarães e sua esposa Dra Maria Alice Guimarães.
Entretanto, constatando-se uma melhor estruturação do movimento teosófico, acabam os Grupos de Estudos que se revelaram efémeros e instáveis, surgindo então Ramos com outra coesão e maturidade (Krishnamurti em Ponte de Lima e Alcione em Matosinhos) que garantiram uma maior profundidade de acção, coerência, e regularidade de funcionamento.
Dão se pontualmente momentos de “abertura”. Mantem-se ou aprofunda-se o papel de dedicação e persistência dos membros que presidiam aos respectivos Ramos, ao par de um grupo de teósofos mais interessados e participantes..
De notar porém que, ao par da desencarnação de membros mais activos ou experientes e cuja substituição não aconteceu, à mudanças de residência de membros influentes e ao exercício de outras actividades absorventes importa considerar que mais dois aspectos terão estado na base de alguma relativa estagnação do movimento teosófico no Norte: o isolamento existente entre a própria Sociedade (Sede Nacional) e Ramos entre si, ao par da ausência de instalações próprias e adequadas, limitando-se assim a capacidade de produção de trabalho teosófico com outra regularidade, responsabilidade e profundidade.
TERCEIRA FASE – DE 1953 ATÉ 1979 (MATURIDADE E AFIRMAÇÃO)
Com a Fundação do Ramo Dharma em 2.5.53 iniciou-se outra fase do movimento teosófico que se manteve até ao momento em que (com o fim dos Ramos Alcione de Matosinhos em 1978, e do Ramo Krishnamurti de Ponte de Lima) em 1979, passará a ser a única estrutura teosófica no Norte do País.
Foi no entanto uma fase de aprofundamento espiritual considerável e de afirmação de grandes valores teosóficos, mas prenunciavam-se já franjas de transição, em função das novas realidades socioculturais que caracterizaram esses anos.
Constata-se, na prática, que apenas no Ramo Dharma seria possível (graças a uma “renovação” continuada de dedicações e compatibilidade entre a variedade de motivações) ultrapassar o “trauma” representado pela falta de membros com a persistência dedicação e entusiasmo necessários à continuação do trabalho regular e constante que as novas circunstâncias, mais complexas, determinavam.
QUARTA FASE – DE 1979 ATÉ AO PRESENTE, 2004
(TRANSIÇÃO E ABERTURA)
Com uma actividade mais estável e regular, chegou mesmo pelos anos sessenta a ter cerca de 25 membros activos, desenvolveu o Ramo Dharma uma actividade que (nas circunstências limitadoras - semelhantes às que caracterizaram o período anterior e antes referidas) pode ser considerada como elo de ligação em relação ao passado, vindo-se também a afirmar como potenciadora em relação ao futuro.
Durante a sua existência e tendo em atenção o período histórico que se viveu em Portugal (que concluiu a 25 de Abril de 1974) caracterizado entre outros aspectos por uma acentuada vigilância, controle e censura sobre instituições e cidadãos, o Ramo Dharma foi objecto de várias “visitas” da polícia política.
Com a instituição da democracia política em Portugal após 1974, verificou-se uma nova abertura, que porém não teve o eventualmente esperado efeito, em termos de divulgação da teosofia, pelo menos no Norte do País. Deu-se no entanto um significativo alargamento e aprofundamento do campo de intervenção dos teósofos no Norte do país, prenunciando já o momento actual.
Vários dos seus membros participaram em congressos, cursos de verão, jornadas teosóficas nacionais, ibéricas e internacionais e alargando o seu campo de intervenção, desempenharam ou desempenham também funções noutras instituições onde intervém, praticam e defendem os grandes ideais teosóficos.
Nesta perspectiva destaca-se a ordenação como padre da Igreja Católica Liberal do Irmão José Correia, propiciando a celebração de actos litúrgicos no Porto e em Lisboa, e também de serviços à comunidade, designadamente os serviços de cura.
Para além da participação de teósofos do Ramo Dharma em várias Jornadas Ibéricas e Escolas de Verão, vamos ainda encontrar teósofos como percursores em Portugal da Ordem Maçónica Mista Internacional “O Direito Humano”. Entre os teósofos esta instituição é também conhecida como co-maçonaria e dela fizeram e fazem parte vultos destacados do movimento teosófico internacional.
Com a desencarnação em 1988 do Irmão Prof. José Correia verdadeiro pilar do movimento teosófico no Norte de Portugal e passados sete anos da Irmã Profª Celeste Fábia, institui-se necessariamente um novo estilo de trabalho, implicando - como resposta a estas grandes perdas – uma maior intervenção e participação colectivas, como estímulo essencial para o reforço do trabalho colectivo.
Esta constituiu uma nova etapa do movimento teosófico no Norte do país o qual, podendo eventualmente estar na base de uma nova fase, está ainda por avaliar devidamente.
Em 1996, membros do Ramo Dharma, sentindo o quase permanente isolamento ao nível da própria Sociedade, deslocam-se a Lisboa no sentido da promoção de momentos de confraternização e reflexão teosófica no plano nacional. Posteriormente, em 1997, deslocam-se a Évora confraternizando com o Ramo Boa Vontade e como ponto de partida para uma nova dinâmica de contacto permanente na linha do aforismo “se a montanha não vem a Maomé vai Maomé à Montanha”.
Constatou-se a necessidade de uma maior abertura e estabelecimento de laços e contactos mais ricos, variados, permanentes e potenciadores entre a S.T.P. e Ramos entre si, na busca de trocas de experiência e de níveis mais altos de enriquecimento espiritual e de motivação.
Deste modo, para além deste tipo de deslocações e no quadro de uma nova dinâmica do Ramo surgiram novas acções, que podem ser sistematizadas em três tipos distintos de actividades.
- Convívios de intercâmbio cultural.
- Acções teosóficas conjuntas, no plano nacional.
- Actividades abertas ao exterior.
Nesta perspectiva, se enquadram um conjunto de acções, que passaram a ter lugar no encerramento dos anos teosóficos (normalmente no período anterior ao início das férias grandes escolares) designadas como convívios de intercâmbio cultural.
Destacam-se as seguintes:
1998 - Deslocação ao Santuário do Bom Jesus em Braga, em conjunto com elementos da Loja Maçónica Direito Humano (do Porto), numa perspectiva de estudo simbólico do local.
1999 – Passeio/convívio à Serra da Freita, procurando usufruir dum ambiente de são convívio, em integração estreita com a natureza.
2000 – Visita a Ponte de Lima, visando o estudo do papel de outros planos da existência e fenómenos associados, ao par da influência do meio envolvente nos comportamentos humanos.
2001 – Deslocação a Conímbriga onde história e cultura foram temas de convívio e reflexão, tendo desta vez como companhia Irmãos dos Ramos Lotus Branco e Koot-Hoomi.
2002 – Deslocação ao Buçaco, onde natureza e cultura se cruzam, servindo de inspiração à reflexão e como motivação para um novo convívio teosófico, contando de novo com o estímulo da presença dos Irmãos dos Ramos Lotus Branco e Koot-Hoomi.
2003 – Deslocação a Tomar e ao Convento de Cristo, sob a égide do convívio, reflexão e cultura, contando de novo com a companhia dos Ramos Lotus Branco, Koot-Hoomi e outros Irmãos.
Para além deste tipo de acções, o ano de 2001 fica a constituir o período em que o Ramo Dharma se abalançou à realização de acções teosóficas conjuntas, no plano nacional .
- Nesta perspectiva teve lugar na Quinta do Rodízio em Colares entre 11 e 13 de Maio o “Seminário: Actualidade da Filosofia Eterna” o qual, reunindo 24 membros, contou com a colaboração activa do Ramo Dharma, designadamente contribuindo com comunicações. Este Seminário, que constou do Programa Europeu de Actividades Teosóficas contou com a participação inspiradora da Presidente da Federação Europeia da Sociedade Teosófica Trân-Thi-Kim-Diêu, constituindo uma agradável e relevante novidade no panorama teosófico de Portugal. No termo deste Seminário o Ramo Dharma voluntarizou-se para continuar este tipo de Seminários propondo-se assegurar a continuidade do notável trabalho aí desenvolvido.
- Deste modo, no Parque Biológico em Vila Nova de Gaia, entre os dias 17 e 19 de Maio de 2002 e sob o tema “O Homem e a Natureza, Perspectivas Teosóficas” o Ramo Dharma organizou um novo seminário, que constou também do Programa Europeu de Actividades Teosóficas e que de acordo com a opinião dos presentes se caracterizou como um assinalável sucesso, contando com o número bastante significativo de 34 presenças de vários Ramos do país. Contou de novo com a presença tutelar da Presidente da Federação Europeia da Sociedade Teosófica Kim-Diêu, ficando assegurada no termo do mesmo a continuidade destas realizações com a disponibilidade manifestada em nome de Évora que será o próximo anfitrião.
Por fim o outro vector das actividades do Ramo Dharma, constituindo novidade, liga-se às actividades abertas ao exterior.
Neste plano contam-se as seguintes mais significativas:
- Participação do Presidente do Ramo Dharma no Programa Televisivo “ZONA N da NTV”, como convidado principal do tema “Reencarnação” que teve lugar em 28.06.02. Deve notar-se que em função do interesse suscitado este programa foi objecto de repetição.
- Conferência sob o tema “Educação para a Cidadania Mundial”, proferida em 2.12.02 pelo Secretário Geral da Sociedade Teosófica no Brasil, Ricardo Lindemann nas novas instalações do Ramo Dharma (à Rua dos Mercadores nº 61, 3º e 4º andares) na qual participaram para além de teósofos vários convidados.
Importa referir que o recurso a estas novas, embora provisórias, instalações se deu a partir de Outubro de 2002 pelo aumento de participantes nas reuniões ao par do alargamento dos tipos de actividades.
- Conferência subordinada ao tema “O mito da Atlântida” proferida pela Irmã açoriana Lubélia Travassos a 26 de Outubro de 2003 nas instalações citadas e que mais uma vez foi aberta a convidados.
IV - CONSIDERAÇÕES FINAIS
É ainda um factor limitativo objectivo a falta de melhores condições logísticas, de comunicação, modernização ou actualização de meios (entendida esta como verdadeira “evolução”) como aspectos necessários para que um novo capítulo se abra rumo ao futuro, no já longo livro do movimento teosófico no Norte do País, garantindo assim o adequado aproveitamento da persistência, dedicação, interesse e mesmo “qualidade” dos seus membros, quer no passado quer no presente.
A necessidade de uma abertura sustentável ao exterior surgiu como uma renovadora necessidade, visando não só semear e difundir temas de inspiração teosófica como mesmo promover a abertura de condições propiciando a entrada sustentável de novos membros.
Reconhece-se o trabalho notável e por vezes bem difícil, efectuado por todos aqueles que no passado foram verdadeiros pilares do movimento teosófico não apenas no Norte do País mas a todos os níveis.e sem os quais ele não existiria.
Nesta perspectiva o Irmão José Correia ressalta, de modo claro, como a trave mestra do movimento teosófico no Norte de Portugal, no decorrer de um período histórico de cerca de meio século
Na realidade temos a consciência de que foi precisamente graças seu trabalho e dedicação persistente que dimanou a grande fonte inspiradora para outros membros, rumo a um futuro que se pretende cada vez melhor, no sentido da concretização dos grandes objectivos da Sociedade Teosófica.
Embora abandonando o plano físico, todos aqueles que constituiram o “passado” do movimento teosófico estão connosco, embora noutros planos e nesse sentido, dar continuidade ao seu trabalho é, na prática, um verdadeiro acto de fraternidade teosófica intemporal activa, mas é também o melhor modo de na actualidade sermos dignos da sua memória, da sua obra e dos seus objectivos, que são afinal de todos os tempos: a criação de um núcleo de Fraternidade Universal.
O ambiente de fraternidade vivida, a capacidade de participação, variedade de capacidades e motivação dos novos membros afirmam-se como garantias para uma nova etapa que se inicia e que, no momento da EVOCAÇÃO DOS 50 ANOS DO RAMO DHARMA, se manifesta já mais do que como uma esperança numa verdadeira realidade.
Em 25 de Outubro de 2003 teve lugar a eleição dos corpos directivos da “Secção Portuguesa da Sociedade Teosófica” na qual o Ramo Dharma, num momento particularmente complexo e difícil para a STP, desempenhou um papel de grande responsabilidade. Com a eleição a Secretário Geral do Irmão Lício Correia, dos Irmãos Júlio Teles dos Santos e Jorge Moreira para o conselho directivo e do Irmão José Almeida a Presidente do Conselho Fiscal foi dado mais um passo no sentido do crescente reconhecimento do papel do Ramo Dharma no movimento teosófico agora não apenas no plano do norte do país mas no plano nacional e internacional.
Entretanto ganha corpo a convicção de que a formação de um núcleo de fraternidade universal, primeiro objectivo da SOCIEDADE TEOSÓFICA, se atingirá praticando a fraternidade, em toda a sua latitude, o que será possível pela erradicação de individualismos redutores, ou seja, pelo alargamento das consciências individuais com a força inspiradora dos Mestres e ao par do desenvolvimento da forte motivação que surge, neste contexto, pela participação activa de um número gradualmente mais alargado de membros e através do contacto regular, responsável, aberto e fraterno entre todos. E tudo isto pela consideração e aproveitamento adequado da riqueza e complementaridade emergentes das suas diversidades, tanto quanto das respectivas e enriquecedoras capacidades e disponibilidades.
Lício Correia
